quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A gota d'agua

Não sei se meu copo é muito pequeno, ou se realmente fiquei por muito tempo calada. O fato é: esse copo transbordou.
Se de muito é dito ao mundo sobre paciência, fui tomando aulas homeopáticas durante toda uma vida, e acho que hoje sou quase uma graduada nessa lição.

Quando a dedicação a algo ou alguem é muito grande não sei se por necessidade de alimentar o ego, ou se por outro motivo que não sei exatamente qual é agora, a gente precisa em algum momento receber um mínimo elogio. Se esse não vem o que se espera é que ao menos nada venha, claro que isso só se aplica nos casos em que a dedicação é feita de forma eficiente.
Mas quando apenas o que chega até você são criticas, o pavio vai se extinguindo até o ponto em que parece não existir mais. A vela se foi, e a luz que tava lá pra ao menos iluminar tudo aquilo já não tem como se sustentar. E nessas horas pensamos em largar de mão uma das coisas que mais lhe dá prazer no dia-a-dia por alguem ou algo que de fato não merece que se jogue seis meses de trabalho no lixo.
Se pensei que certas coisas deveriam servir pra me fazer parar, agora penso que isso é o que me faz querer continuar. Porque um dia alguem deve dar valor ao que o outro faz. E nesse dia talvez eu já esteja longe.
se ninguém acredita que minhas assas sejam fortes suficientes pra me levar onde eu quero, vai perceber isso quando me ver voar( uma comparação infantil, mas a que melhor explica o que eu quero passar).

domingo, 24 de janeiro de 2010

novo que renova
certeza do que se quer
se sei hoje
que quero o mesmo de ontem
é por você que chegou sem fazer perguntas

perguntando ficou
mostrou e virou
de nada a tantos risos
me mostrou
que o que sinto por outro é forte

é fato
tão doce

é meu!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Letra a latra

De letra a letra
Foi sendo você em tela
Preto e branco
No meu colorido

Entrou de verde ao vermelho
Virou se virou
Chegou

Do sentido
Antídoto pro que se passava
Cá dentro
Em luta branda
Ai dentro
No que se parti
No filme já visto

Quero poder ser
E ser você quem ta
E é

Cá já chegou
Fica

Não parte em avião que vai
A cada segundo
E leva você tão longe

Rasga esse bilhete
- Vai pra sempre
E fica
Porque eu quero um samba pro ano inteiro

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Depois de um ano desejando ver provas serem queimadas, elas foram. Não por mim, porque simplesmente não vivia aquilo ali, apenas roubava um pouco daquela vivencia do outro tentando entender o porque não eu. Olhava rápido como se para que eu mesma não percebesse que já estava lá. E finalmente depois de um ano, aquelas provas foram todas e completamente apagadas. Ao primeiro olhar poderia jurar que estávamos novamente nun janeiro passado.
Achei engraçado o fato de ser carregada por milessimos se segundo pra uma realidade antiga, que a um mês atras eu daria tudo pra estar revivendo. Mas hoje minha primeira reação ao entender que não tava lá, que não dava pra reviver nada, foi um alivio. Pela primeira vez eu não queria estar novamente ali. Não queria apagar o vivido, mas eu tinha finalmente recomeçado a escrever alguma coisa que me fazia feliz, bem.
Então entendi como as coisas vão aparecendo na hora certa. Vivo uma historia agora completamente nova, que apenas existe em seu primeiro paragrafo, um breve começo, carregando uma toneladade quereres. E agora, e só agora, entendo oque todos os amigos queriam dizer quando diziam que existia coisa muito melhor.
O engraçado é que só entendi isso, quando tive a oportunidade de reviver o passado. Isso dá um valor que ninguém nunca vai poder entender ao novo. Porque eu optei por tentar construir do zero esse novo, são outras as mãos que escrevem agora comigo essa historia. E é essa mão que eu quero perto de mim... por muitos sambas.
Se pro novo aparecer temos que abrir espaços, joguei pela janela um tonelada de coisas que vão ficar só na lembrança. Eu fiz minha escolha.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Constelação

Me oriento pelo seu cruzeiro do sul
No pescoço que guarda
Tantos beijos e suspiros meus
Agora que entregues
São seus

Me perco na imensidão da cama vazia
Seus braços
Abraços
Me faltam

A cama arrumada demais
Me arranca daqui pra saudade
As roupas misturadas
Separadas só pela manhã do amanhã
Onde os corpos se perdiam
E meus olhos cada vez mais se prendiam

Voltei e lá deixei um pouco de mim
Pra você encontrar
Tentar me grudar ai
Me fazer lembrar

Quem sabe nesse recomeço
Onde a nostalgia te fez
Lá que sempre esteve um pouco de você
E eu nunca cheguei

Acordo essa noite
E seus braços não me puxam
Os meus não te alcançam
Já não é o primeiro azul de meu bom dia
O primeiro beijo partido
E te procuro
No espaço que ficou vazio.

domingo, 17 de janeiro de 2010

(...)
finalmente entendi

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

minha fortaleza
distante e sem fala
cada dia mais
o papel vai se criando
e você se encaixando

do perto longe
me surgiu você nun longe cada vez mais perto
e vai vindo
chegando

dançando entre as cordas
com leveza de menino
me fazendo querer
cada vez

E chegou
não quero saia.