quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Carta

Eram sete da manhã quando ele percebeu um envelope vermelho levemente jogado ao pé de sua porta. Seu nome vinha escrito em preto, com uma caligrafia fina.
No interior da carta um papel branco se mostrou completamente escrito em letra vermelha da mesma caligrafia que se encontrava no envelope.
Abriu. Afinal era pra ele aquele envelope. A frese tava lá.
“Já não sei se posso mesmo respirar”, falavam aquelas letras vermelhas que seguiam em carta que agora transcrevo. Com todas as vírgulas que originalmente lhe foram colocadas. TODAS.

“Já não sei mesmo se posso respirar. Deixo aqui toda minha dor.E o amor,a minha paz,a minha sanidade e meu olhar.Deixo aqui um tanto.Deixo eu.
Estou indo, indo de um nós que nunca existiu.Serei agora um eu.Para você tudo continua como sempre,você.Mais te deixo presentes.E com eles você faz o que quiser,mas agora saiba,são seus.
Te deixo um amor.Cuida dele,e pensa no que fazer,porque um dia ele pode não estar onde você o deixou.Só espero que nesse dia você não o esteja procurando.Pois ele esteve ali tanto tempo sem se quer ser notado.Por outro lado peço que só o alimente se o quiser perto de verdade,ou um dia ele pode te sufocar.Só alimente o que você quer.
Minha paz deixo com uma esperança. Ela pode ser um bumerangue, e como torço para que assim seja, pra que um dia ela volte, isso se você não segurar com você.Pois digo, ela hoje só está sendo deixada a você pois a muito fugiu de mim em sua direção. A muito não a vejo, nem muito menos a sinto.Você a sente?Agora ela é sua. É sua minha paz, o que ela é sua?
Com está carta está sendo enviada o que resta da minha sanidade, que a muito lhe foi dada em pequenas poções. Você as reconheceu? Guardou ao menos? Se sim então agora completa com o ultimo pedaço e terá com sigo mais um pedaço completo meu. Portara em mãos algo que já teve extrema importância mais hoje, sinceramente, não sei que falta faz. Não penso nessa falta. A falta que você me deu de presente já ocupa todo o espaço que hoje suporto.Ou não suporto.
Fica com você o olhar, esse você já roubou. Agora lhe dou. É teu. Não que antes não fosse ao menos agora admito que o tem. E faz dele o que quiser.Mas não me doa mais do que hoje já me dói. Dói. Muito.
Está aqui tanto meu eu. Talvez agora em você vejam um pouco de nós.Porque te dou meu eu. Que a muito já é seu. Me guarda com cuidado, um dia alguém pode me querer de fato, para cuidar e não só para ter. Fica com meu adeus, e esse é o presente que te dou com mais dor e medo de tomar para mim novamente. Porque me dar a você é fácil. Difícil é te tomar de mim.”

Ele finalmente pensou se era ela uma menina. Uma mulher. Se era mesmo ela quem ele nunca admitiu ver em seus sonhos

***
E é assim que todas as noites ela imagina que vai ser na manhã seguinte quando ele encontrar a carta que ela faz pra ele. Mas toda manhã a carta esquece de sair da bolsa. E a vida esquece de mudar pra eles.

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